A Educação é amplamente reconhecida como a grande promotora de mudanças na sociedade. A partir do momento em que se investe em Educação, o grupo social ligado a esse investimento mostra um nível de evolução significativo.
Um dos impactos reconhecidos da Educação na evolução da sociedade diz respeito à melhoria na qualidade do trabalho das pessoas que, além de absorverem mais tecnologia, conseguem potencializar a sua produtividade.
Um caso de sucesso mundial, é o caso da Coréia. Em 1948 a renda per capta daquele país era inferior a US$100, um valor significativamente inferior aos atuais US$14.000. Desde 1987 o país vem sendo considerado como Democrático e desde 1989 como país desenvolvido (MILTONS & MICHELON, 2008). A reforma educacional, promovida pelo governo de Kim Young-san, tinha por objetivo criar um consenso na população quanto à importância da educação a longo prazo. Mais do que formar profissionais, formava as pessoas com foco a estarem preparadas para a Sociedade do Conhecimento.
A Sociedade do Conhecimento, considerada uma revolução tecnológica, é também chamada de informacional ou técnico-científica ou, ainda, a terceira revolução industrial (SENE, 2008). São inúmeras as mudanças geradas por este fenômeno. E, com elas, vieram as mudanças nas relações sociais, assim como na economia, na cultura e na política. Porém, uma mudança que criou novos paradigmas quanto ao comportamento diz respeito ao espaço geográfico. Já não temos mais limites de fronteiras que impeçam o acesso à informação. E essa característica impõe uma mudança também nos sistemas educacionais.
Encontramo-nos em uma nova realidade de mundo conectado e globalizado, que traz à tona uma necessidade constante de formação profissional. A Educação a Distância surge, então, como uma estratégia neste sentido (FERRARI & LAPOLLI, 2003).
Esta modalidade, no caso específico do Brasil, apresenta-se como um avanço significativo no que se refere à oferta de opções de formação (LINS, 2015). E é identificada como uma grande colaboração ao Desenvolvimento Regional.
São as instituições de ensino que têm grande papel neste desenvolvimento, na medida em que “promovem a aprendizagem, a difusão do conhecimento e a inovação” (LINS, 2015, página 84).
Porém, a universidade não consegue chegar a todas as regiões. E utilizar-se do recurso da Ead – ou Educação a Distância – permite esse alcance.
Além de permitir o alcance à educação, permite a manutenção dos benefícios gerados pela educação no local de origem de quem estuda. Quando alguém sai da sua região por não ter educação disponível para a sua formação, acaba focando o seu desenvolvimento na realidade da região para a qual se mudou, a aplicação do conhecimento adquirido também é direcionado a esta região e os resultados, em um primeiro momento, acabam surgindo na região onde estudou.
Na Ead, as práticas precisam ser adequadas à sua região, o que é, inclusive, uma premissa do Mec quanto às práticas educacionais no ensino superior. Os resultados surgem mais imediatamente na sua região de origem, já que as práticas e referências de estudo permanecem nela.
A produção acadêmica, advinda de TCC´s – Trabalhos de Conclusão de Curso – e Monografias, é a expressão desta regionalidade. Ao realizar estes trabalhos, os alunos de Ead utilizam os exemplos com os quais convivem para a sua inspiração. Isso pode municiar os estudos sobre as regiões para a aplicação na prática de projetos capazes de identificar as necessidades específicas.
Os benefícios da Ead podem ultrapassar as questões ligadas ao desenvolvimento regional ou ao acesso por parte de alunos de regiões mais remotas. Ela expressa uma necessidade de coerência com as transformações sociais (MAGALHÃES & AJEJE, 2008).
Os Millenials compõem a geração nativa digital, o que faz com que as mudanças na educação venham acompanhadas de investimento em Tecnologia da Informação (OLIVERIA et al, 2016). A evolução da Ead parte do e-Learning e chega ao m-Learning que é a educação viabilizada pela utilização de dispositivos móveis.
Além de permitir o acesso, o Ead chega a um nível de desenvolvimento que envolve uma interação entre estudantes e professores.
A evolução vai além do desenvolvimento tecnológico (PEDRO et al, 2011), levando a mudanças socioeconômicas locais que se replicam e ecoam por muito mais do que suas expressões regionais.
Ser acessível e ecoar: talvez seja esse o grande desafio e a maior missão da Educação a Distância no contexto econômico e social moderno!
FERRARI, Fernanda Barbosa; LAPOLLI, Édis Mafra. Utilizando a Videoconferência como Meio Didático na Educação a Distância. ABED, 2003, Disponível em: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache: nH4z4tJz240J: www.abed.org.br /seminario2003/texto05.doc+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br;
LINS, Hoyêdo Nunes. Educação Superior a Distância: possível coadjuvante no desenvolvimento regional. Repositório Institutional UFSC, Santa Catarina, 2015, Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/135881;
MAGALHÃES, Paulo Henrique Vieira; AJEJE, Maria Emília; LOPES, Maria Carmen Gomes. Implantação do Setor de Educação a Distância em uma Instituição de Ensino Superior. ABED, São Paulo, 2008, Disponível em: http://www.abed.org.br/congresso2008/ tc/5122008124343AM.pdf;
OLIVEIRA, Eloiza da Silva Gomes; CARVALHO, Caio Abitbol; RODRIGUES, Gabriel Moura Souza Miranda. Jovens e Internet: novos perfis de estudantes e professor. Rio de Janeiro, 2016, Disponível: http://www.sied-enped2014.ead.ufscar.br/ojs/index.php/2016/article/view/1398;
PEDRO, Neuza; LEMOS, Susana; WÜNSCH, Luana. E-Learning no Ensino Superior: benefícios e limites na perspectiva dos estudantes. Lisboa, 2011, Disponível em: http://repositorio.ul.pt/ handle/10451/25487;
SENE, José Eustáquio de. A Sociedade do Conhecimento e as Reformas Educacionais. 2008, Barcelona, Disponível em: http://www.ub.edu/geocrit/-xcol/91.htm;
MILTON, Michelle Merética; MICHELON, Ednaldo. EDUCAÇÃO E CRESCIMENTO ECONÔMICO NA CORÉIA DO SUL. XI ANPEC, 2008, Disponível em: http://www.economiaetecnologia.ufpr.br/ XI_ANPEC-Sul/artigos_pdf/a2/ANPEC-Sul-A2-08-educacao_e_crescimento_e.pdf;