A frase: “Eu Prometo!”, há muito representa uma esperança para os eleitores de nosso país. Mas, também um motivo de desconfiança, pois passados pouco mais de três meses dos novos prefeitos assumirem o poder, muitas das promessas de campanha já foram literalmente jogadas no lixo.
Mas, por que será que a política brasileira parece não ter solução? A resposta é complexa, pois vários fatores contribuem para que a impunidade do falso testemunho perdure, vão desde a morosidade, a burocracia, as leis falhas, as punições ridículas e até, os conchavos políticos e interesses particulares daqueles que regem as esferas políticas de nosso país e a justiça.
Quando um prefeito é cassado por corrupção, o que não é muito comum acontecer, seu sucessor logo assume o cargo. Resultado, o partido que deveria oferecer candidatos decentes para o povo acaba trocando as peças do jogo, mas permanecendo no poder, mandando e desmandando. Seria algo como se uma empresa contratasse um funcionário para fazer a manutenção de um automóvel e esse automóvel por falta de competência do funcionário contratado causasse um acidente fatal. Quem seria o responsável pelo acidente? Ambos, tanto a empresa que não teve competência em selecionar o funcionário para realizar o trabalho, quanto o próprio profissional envolvido. E isso é passivo de punição judicial severa para ambos: empresa e funcionário. É crime! E resultaria até em prisão e indenização. Mas na política, isso não acontece, a podridão é absoluta. Não importa se morrem pessoas pela má gestão da saúde pública, pela falta de segurança ou por qualquer outro desleixo público, mesmo que aquele problema estava em pauta nas campanhas. Ligam-se o botão do “deixa pra lá” e ninguém faz nada! Em outras palavras: as promessas políticas são como poeira cósmica, distantes e inconsistentes.
Contudo, e se o partido também fosse punido assim como os políticos? E se o partido que ficou em segundo lugar na eleição assumisse o poder no lugar do vencedor que se mostrasse mentiroso e incompetente? Aí a situação mudaria de figura, principalmente porque a perda da liderança para um partido adversário seria algo inadmissível, seria o endosso de seu fracasso total.
Isso faria com que a qualidade política em nosso país se elevasse. Os partidos passariam a escolher com mais cuidado seus candidatos. Aqueles que tivessem ficha-suja perderiam em definitivo a oportunidade de continuar na política por sanções do próprio partido. Os partidos que perdessem a eleição fiscalizariam com mais afinco o histórico e o trabalho do vencedor e as coligações seriam repensadas.
Essa punição daria mais chances para que os outros partidos mostrarem a qualidade de seu trabalho, sua integridade, sua seriedade, eles pensariam duas vezes antes de se aliarem a partidos desmoralizados. Teríamos um basta nas propagandas políticas enganosas. Haveria uma espécie de Procon para os candidatos que os partidos políticos ofereceriam, seria o Programa de Defesa do Eleitor, o “Prodefel”.
No caso de cargos de confiança dos eleitos, cada político pensaria duas vezes antes de nomear seus assessores, secretários e ministros, os corruptos provavelmente seriam excluídos. As negociações de poder com outros partidos acabariam se tornando inviáveis, dificilmente haveria barganhas de cargos políticos por apoio, os interesses engessariam as negociações escusas e impulsionariam a Caça às Bruxas.
Suponha, por exemplo, que um Deputado Estadual fosse cassado. Quem assumiria o poder seria o primeiro suplente da sucessão. Mas, se esse suplente fosse do mesmo partido ou da coligação do candidato cassado, não poderia assumir e quem assumiria o cargo seria o próximo suplente não ligado à coligação. Resumindo, o mau político dragaria todos os seus asseclas para o mesmo abismo em que se enfiou.
Talvez tal ideia não solucione o problema de nosso país, mas ao menos criaria uma dinâmica capaz de dificultar a ação dos mal-intencionados. Como para alguns políticos a frase: o “Poder Corrompe” se enquadra perfeitamente, é preciso lembrar-se de que quando muitos estão de olho, o poder absoluto torna-se limitado e a falta de apoio em suas atitudes duvidosas tende ao fracasso. Se o povo se unir, o Brasil poderá servir de exemplo democrático e lisura. A solução está em nossas mãos, em nosso voto. Precisamos nos unir. Partilhem essa ideia!
Prof. Egidio Trambaiolli Neto